Resenha | O Beijo do Vencedor – Marie Rutkoski
Mais uma série queridinha que chega ao fim. É tão difícil iniciar a leitura final de uma história que você gosta tanto, no qual cria uma expectativa enorme para o desfecho dela e espera que ela continue sendo uma de suas séries favoritas, que não te decepcione. É com muita alegria e alívio que afirmo: Marie Rutkoski fechou a Trilogia do Vencedor com chave de ouro e me deixou absurdamente feliz.
“Existe sim uma diferença entre mim e você.
Se eu morrer, você vai sobreviver.
Se você morrer, isso vai me destruir.”
Apesar de ter adorado os livros anteriores, este conseguiu ser ainda melhor. Muito mais maduro, delicado – pelos detalhes – e ao mesmo tempo intenso e brutal. É incrível você acompanhar a jornada de Kestrel e Arin e perceber que as consequências dos acontecimentos anteriores acarretaram para o desenvolvimento dos personagens. Neste livro, eles estão mais marcados e maduros. O relacionamento dos dois tem uma construção complexa, porém, bastante evoluída. Sou um pouquinho suspeita pra falar porque sou apaixonada por esse casal, e tenho que agradecer a Marie por ter me deixado respirar um pouquinho com relação a eles, rs.
“Mas aquela era mesmo você – ele disse.- Inteligente, corajosa. Manipuladora. Bondosa. Você não fazia nenhum esforço para esconder quem era. Então, me peguei querendo que você escondesse. Esse era o luxo da sua posição, não era? Que não precisava se esconder? Era da natureza condenada da minha posição que eu precisasse. E isso é verdade. Às vezes, uma verdade nos oprime com tanta força que não dá para respirar. Era assim. Mas também não era, porque não havia outro motivo para sofrer olhando para você. Você era amável demais. Para mim.”
O que me surpreendeu bastante e foi um dos pontos altos da trama, foi o cenário das batalhas, envolvendo estratégias, política e confrontos de tirar o fôlego. Aliás, existem alguns momentos de cliffhanger em que as cenas são intercaladas, onde você se dividide em dois cenários de tirar o fôlego. Eu simplesmente não consegui respirar durante esses capítulos.
Na questão desenvolvimento de personagens, fora o relacionamento maduro de Kestrel e Arin conforme eu já citei, eu preciso falar sobre Roshar. É um personagem extremamente sarcástico e carismático (não tem como não lembrar do queridíssimo Sturmhond, da trilogia Grisha), que tirou a tensão de algumas cenas e me fez dar gargalhadas.
“A guerra não era um jogo, mas ela queria muito fazer com que seu pai soubesse como era perder.”
O relacionamento de Kestrel com seu pai, o General Trajan, é um dos mais intrincados que já vi e novamente ele foi muito bem desenvolvido nesse último livro. Esse, mais do que qualquer outro, me fez ficar apreensiva e com o coração despedaçado por conta deles. Marie fez uma relação entre pai e filha extremamente delicada, onde você vê dois personagens ligados, colocados de lados opostos, semelhantes, mas ao mesmo tempo com idealismos diferentes. Sério, de longe, foi o melhor relacionamento criado dentro dessa história.
“Seria uma benção esquecer. Afinal, o que havia para ser lembrado? Alguém que ela nunca poderia ter. Amigos mortos ou deixados para trás. Um pai que não a amava.”
Para finalizar, Kestrel é uma daquelas mocinhas que dá gosto. Por mais histórias com personagens como ela, por favor! Ela é resistente, corajosa, incrivelmente inteligente e sagaz. Como desde o princípio é colocado, o seu forte não é a luta nem mesmo as armas, mas ela mostrou que dá para enfrentar um personagem imensamente difícil através da inteligência. E não é nada forçado, a mentalidade inteligente de Kestrel (incrivelmente parecida com o pai) convence e te deixa com muito orgulho.
“- Você não precisa ter talento com uma espada. Você é a própria arma.”
Kestrel me mostrou que para uma personagem ser badass, não é necessário ser forte e fatal no combate físico. Há outros tipos de batalhas, cruciais e que nem sempre podem ser visíveis aos olhos. No quesito inteligência e estratégias, ela é praticamente imbatível.
Enfim, é muito difícil me despedir de uma história e de personagens que gosto tanto, mas o que alivia a despedida é saber que a história teve um desfecho incrível, no qual eu não mudaria nada. Se vocês apreciam uma história com uma ótima construção de mundo, personagens e romance muito bem desenvolvido, tenho certeza que vão gostar dessa trilogia. Ela é amorzinho e incrível. Por favor, leiam. <3
Título: O Beijo do Vencedor (Trilogia do Vencedor #3)
Autor: Marie Rutkoski
Tradução: Guilherme Miranda
Editora: Plataforma 21
Ano: 2017
Páginas: 448
Comprar: A Maldição do Vencedor | O Crime do Vencedor | O Beijo do Vencedor
SINOPSE: A guerra começou. Arin está à frente dela com novos aliados e o império como inimigo. Embora tenha convencido a si mesmo de que não ama mais Kestrel, Arin ainda não a esqueceu. Mas também não consegue esquecer como ela se tornou o tipo de pessoa que ele despreza. A princesa se importava mais com o império do que com a vida de pessoas inocentes – e, sem dúvida, menos ainda com ele.
Pelo menos é o que Arin pensa.
Enquanto isso, no gélido norte, Kestrel é prisioneira em um campo de trabalhos forçados. Ela deseja desesperadamente escapar. Deseja que Arin saiba o que sacrificou por ele. E deseja fazer com que o império pague pelo que fizeram a ela.
Mas ninguém consegue o que quer apenas desejando.
Conforme a guerra se intensifica, Kestrel e Arin descobrem que o mundo já não é mais o mesmo.
O oriente está contra o ocidente, e os dois se encontram no meio de tudo isso. Com tanto a perder, é possível alguém realmente ser o vencedor?
Numa narrativa tão empolgante quanto sensível, a difícil paixão entre Kestrel e Arin alcança um novo patamar. O beijo do vencedor é o grande final da Trilogia do Vencedor.
Deixe uma resposta