A Guerra da Papoula, de R. F. Kuang

Recentemente finalizei A República do Dragão, o segundo livro da trilogia A Guerra da Papoula, e ainda não o superei! Então me vi na obrigação de contribuir com esse hype, já que só falei dessa série no ano passado, no lançamento do primeiro livro.  Importante frisar que A Guerra da Papoula é uma história de fantasia adulta com diversos elementos que a tornam especial. Mas também possui conteúdos sensíveis que podem despertar gatilhos, então vale a pena se atentar a isso. 

Mas sem mais delongas, bora descobrir os motivos do porquê eu gosto tanto e também recomendo essa história. 

Premissa

Rin é uma orfã de guerra maltratada pelos próprios tios, e para não ser obrigada a se casar com um homem muito mais
velho e asqueroso, ela se vê obrigada a tomar as rédeas do próprio destino. Rin decide estudar por conta própria para uma vaga na academia militar de Sinegard. E quando consegue entrar, contra qualquer expectativa, ela acredita que está a salvo. Mas é aí que o desafio começa de verdade.

Sua pele escura e o fato de não fazer parte das principais famílias do Império a colocam em uma posição incômoda, porque é constantemente alvo das crueldades não apenas dos colegas, mas também dos professores puristas da academia. O destino insiste em escapar de suas mãos, mas Rin é obstinada o suficiente para continuar lutando para controlá-lo.

1: ficção histórica

Sem dúvidas este é o meu motivo favorito. R. F. Kuang reconta parte da história da China do século XX com muita sagacidade. Existem referências extremamente escrachadas (como o próprio mapa!) e outras mais profundas, que demandam tempo para compreensão. Vale muito a pena pesquisar sobre a história da China desse período, antes ou depois da leitura, para entender melhor as nuances dessa história e a importância dela.

Mapa fictício de A Guerra da Papoula / Mapa da China e Japão

2: personagem cinza

É sempre interessante acompanhar um personagem que busca ter o poder de controlar o próprio destino. Rin é muito real e possui diversas camadas. Mas nem todas são boas de se acompanhar. Ela é extremamente intensa e não mede as consequências para conseguir o que quer, seja poder ou vingança. Mas como julgá-la, sabendo de onde ela veio?
De tudo o que passou? É exatamente nesse tipo de personagem, com problemas e falhas, que mais corremos o risco de nos identificar. Mas é certo que Rin extrapola cada vez mais os limites de um personagem cinza.

3: tropo de academia militar

A primeira parte da história é a que mais gosto, porque tem um tropo que me empolga muito: academia militar, com direito a provas, novas amizades, rivalidades, professores durões e muita superação. É muito instigante aprender junto com os personagens, desvendar os mistérios do Império Nikara e aprender sobre estratégias que serão muito importantes no futuro da guerra contra a Federação de Mugen.

4: mitologia chinesa

O sistema de magia começa de forma tímido, mas é muito bem explorado quando chega sua vez. E faz muito sentido para o mundo que a autora criou também. O Panteão é formado por sessenta e quatro divindades. Ao contrário da crença popular, os deuses não são personalidades, são pura forças da natureza, elementos fundamentais da criação. Quando Rin começa a cultivar poderes xamânicos, ela  acessa a força incandescente de uma deusa vingativa denominada Fênix, a deusa que dará a ela o poder e a fúria que ela tanto busca.

5: série em andamento

Felizmente, a série já está em andamento no Brasil pela editora Intrínseca! Os livros A Guerra da Papoula e A República do Dragão já foram lançados e agora aguardamos a conclusão da trilogia, “The Burning God”, que sairá em breve. Aliás, a editora também detém os direitos de Babel, da mesma autora, no qual pretende lançar ainda em 2023.

Qual foi o motivo que mais te empolgou? Me conta!

E uma dica muito importante para quem vai ler R. F. Kuang: prepare o coraçãozinho! Só quem leu sabe rs

Você também pode gostar

Deixe uma resposta