Resenha | Joyland – Stephen King

Sempre que vou falar de algum livro de Stephen King acabo deixando bem claro que minha relação com o autor não começou das melhores. Li dois livros dele pela primeira vez em 2014, e acabei detestando. Não vou citar aqui quais foram porque não quero causar uma má influência. Mas ano passado, após a insistência de alguns amigos que amam o autor, resolvi dar mais uma chance. King começou a me ganhar com O Iluminado, It, a Coisa, mas me fisgou de verdade, a ponto de eu pensar: “caramba, quero ler tudo desse homem!”, foi esse livro que vou tentar passar minha experiência a vocês: Joyland.  Quero deixar bem claro que, acredito que eu li mais de 100 livros depois que acabei Joyland, então não vou lembrar da história 100%, mas prometo que vou me esforçar.

“O amor deixa cicatrizes.”

O livro conta a história de um rapaz de 21 anos chamado Devin Jones. Ele está de férias dos estudos da sua universidade, o que é uma coisa boa, não? Até pode ser, mas não para ele. Afinal de contas, Dev está de coração partido, pois sofre com o término de relacionamento com sua ex-namorada. Para distrair a mente, alma e coração da primeira ilusão amorosa de sua vida, ele resolve arrumar um emprego temporário num parque de diversões chamado Joyland.

“As pessoas pensam que o primeiro amor é fofo e que fica ainda mais fofo depois que passa. Você já deve ter ouvido mil músicas pop e country que comprovam isso; sempre tem algum tolo de coração partido. No entanto, essa primeira mágoa é sempre a mais dolorosa, a que demora mais pra cicatrizar e a que deixa a cicatriz mais visível. O que há de fofo nisso?”

Conforme ele vai se adaptando ao emprego e fazendo amigos, como Erin e Tom,  Dev se depara com um dos capítulos mais aterrorizantes na história do parque de diversão: o assassinato da bela (sem trocadilhos aqui) Linda Grey. Essa jovem trabalhava no parque e principal suspeito do crime fugiu impune. A partir daí, Dev e seus amigos demonstram interesse em descobrir quem foi o assassino do crime que ainda causa assombro em Joyland.

“Quando se tem vinte e um anos, a vida é um mapa rodoviário. Só quando se chega aos vinte e cinco, mais ou menos, é que se começa a desconfiar que estávamos olhando para o mapa de cabeça para baixo, e apenas aos quarenta temos a certeza absoluta disso. Quando se chega aos sessenta, vai por mim, já se está completamente perdido.” 

Não posso deixar de enfatizar que além de ter sentido uma empatia enorme por Devin Jones (quem é que nunca sofreu por amor, e por causa desse sofrimento, se sentiu menosprezado, abatido, com aquela sensação sufocante no peito, sentindo agulhas invisíveis na alma e achando que não ia conseguir ver mais o mundo com os mesmos olhos e que nunca mais amaria novamente?), quem mais roubou a cena e se tornou um dos meus personagens favoritos, foi o pequeno Mike, que acabou criando uma linda amizade com Dev, ajudando-o a cicatrizar a sua mais dolorosa ferida.

“Sim. Nós sabíamos. O último adeus sempre chegava, e, quando você via a escuridão se aproximando, se agarrava ao que era alegre e bom. Com todas as forças”.

Joyland é um dos livros mais curtos de Stephen King. E de todos os que eu li dele, aqui não encontrei a prolixidade que existe em outras obras suas. O livro é carregado de suspense com uma pitadinha de sobrenatural, mescla a melancolia de um jovem que se sente perdido com a nostalgia de se trabalhar num parque de diversões. Se você gosta de histórias agridoces, e que no final te deixa tão desamparado como o protagonista estava no inicio da história, eu acredito que Joyland seja para você. Ingresse nas páginas e se divirta. Boa leitura.


Título: Joyland
Autor: Stephen King
Tradução: Regiane Winarski
Editora: Suma de Letras
Ano: 2016 | Páginas: 240
Skoob | Goodreads | Amazon


SINOPSE: Carolina do Norte, 1973. O universitário Devin Jones começa um trabalho temporário no parque Joyland, esperando esquecer a namorada que partiu seu coração. Mas é outra garota que acaba mudando seu mundo para sempre: a vítima de um serial killer. Linda Grey foi morta no parque há anos, e diz a lenda que seu espírito ainda assombra o trem fantasma. Não demora para que Devin embarque em sua própria investigação, tentando juntar as pontas soltas do caso. O assassino ainda está à solta, mas o espírito de Linda precisa ser libertado — e para isso Dev conta com a ajuda de Mike, um menino com um dom especial e uma doença séria. O destino de uma criança e a realidade sombria da vida vêm à tona neste eletrizante mistério sobre amar e perder, sobre crescer e envelhecer — e sobre aqueles que sequer tiveram a chance de passar por essas experiências porque a morte lhes chegou cedo demais.

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7 Comments

  1. Marco Antonio (@cotonho72)

    Boa noite,

    Me sinto muito envergonhado por ainda não ter lido nada do autor, mas tenho certeza que desse ano não passa e talvez eu comece com esse, ótima resenha….bjs.

    http://devoradordeletras.blogspot.com/

  2. Jéssica Rabelo

    Oii Rogério.
    O ponto que eu mais gosto do Stephen King é que ele escreve histórias realmente grandes. Quer dizer, eu gosto da extensão dos capítulos pela profundidade que normalmente eles carregam.
    Um dos motivos para ainda não ter lido Joyland é justamente o fato de ser menor (engraçado né? 😂). Mas sua resenha me motiva a ler essa obra. Pela simpatia com o personagem, mas também pelo suspense que eu amo.
    Amei o post.
    Beijos.

    Blog: Fantástica Ficção

  3. Fernanda Akemi Pedotte

    Olá!!

    Eu adoro o Stephen King!! Mas confesso que alguns livros, por tão descritivos, acabaram me cansando um pouco. Mesmo assim, acho as histórias tão fascinantes que tenho vontade de ler todos. O Iluminado e o It, a Coisa, são meus favoritos!
    Esse ainda não li e a resenha me deixou bastante curiosa e motivada para ler. Já vou acrescentar às próximas leituras.

    Bjs
    Fernanda

  4. Eloise

    Oi Rogério,
    Adoro histórias que envolvem o mistério de um assassinato, então já me interesse, principalmente quando o escritor é o King hahaha. Achei bem interessante e triste a história do protagonista e sim quem nunca sofreu de amor né, muitos leitores vão se identificar com ele. De todos os livros que pretendo ler do King esse estava longe de ser o próximo da lista, mas depois de ler sua resenha acredito que irei amar este livro, portanto irei antecipar a leitura.

    Ótima resenha!
    Bjokas da Elo!
    http://cronicasdeeloise.blogspot.com/

  5. Viviane Oliveira

    Eu conheci King atraves de MR Mercedes acredita?! hahaha e amei, depois li IT e aí tive certeza que tinha virado fã.
    Joyland é o proximo que quero ler, acho o enredo maravilhoso e minha curiosidade é justamente por ter poucas páginas!
    Sinto que vou amar!

    osenhordoslivrosblog.wordpress.com

  6. Cecília Justen de Souza

    Ei! Tudo bem?

    Consegui esse livro na Bienal do ano passado por 10 reais, comprei na hora já que queria começar a entrar no mundo de King. Infelizmente adiei a leitura por falta tempo e por ter lido muitas resenhas negativas da obra. Mas agora, só de você falar esses comentários eu já fico muito feliz e empolgada para dar uma chance, estou até com vontade de pega-lo na minha estante e ler hahah

    Beijos!
    http://www.365coresdouniverso.com.br/

  7. Jacqueline Vasconcelos

    Oi, tudo bem ?

    Este livro estava na promoção e eu estava louca para comprar, então encontrar essa resenha foi uma grata surpresa. A proposta assim como a capa me chamou a atenção e acho que este seria um bom livro para começar a ler o gênero. Com toda certeza uma história envolvente e uma ótima dica de leitura.

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