Resenha | Calamidade, Brandon Sanderson

Depois de finalmente terminar uma trilogia que envolvia diversos mistérios, é como se um peso tivesse saído das minhas costas. Calamidade oferece as respostas que tanto nos agoniamos tentando descobrir ao longo da série dos Executores. Entretanto, o desfecho pareceu um tanto anticlimático e corrido. Mas vamos com calma, explicarei melhor durante a resenha.  

Resenha Coração de Aço | Tormenta de Fogo

É certo que Tormenta de Fogo abalou todas as estruturas desse mundo distópico. Aconteceu aquilo que eu mais temia, então eu não sabia ao certo como iniciaríamos este último capítulo dessa história. Acontece que estamos falando dos Executores, e desistir não faz parte do vocabulário deles.

David sai da linha de frente para liderar a equipe rumo à batalha definitiva contra os Épicos.  O Cenário da vez é Atlanta, agora conhecida como Ildithia, a cidade de sal. Como sempre, o cenário é um deslumbre à parte. Eu fico maravilhada com a capacidade do autor de reconstruir os locais com tanta engenhosidade.

Ildithia é uma cidade em movimento. Tudo o que há nela – edifícios, árvores e até mesmo os automóveis nas ruas foram transformados em sal. Quando a cidade se move, todas as estruturas desmoronam para se erguerem em outro lugar, da mesma forma que eram antes. Por consequência disso, as pessoas vivem se mudando para lares temporários, esperando o momento no qual eles começam a ruir para procurarem outro lugar. E isso acontece com muita frequência.

por Sandara Tang

Um dos maiores desafios que os executores enfrentam na luta contra os Épicos é a falta de poder. É necessário ser mais inteligente do que eles para tentar sair na frente. No entanto, agora eles estão lidando com alguém que fazia parte da equipe e sabe exatamente a forma deles agirem, e isso torna tudo muito mais difícil.

Um dos fatores de motivação é poder contar com um Épico que descobriu a forma de lidar com os seus poderes sem deixar-se corromper por eles. E poder usufruir disso não só os ajuda na luta, mas nutre a esperança de que os Épicos têm salvação e podem utilizar seus dons livres de sua mácula.

“Nós mudamos, como nuvens em movimento e um sol se erguendo. Minhas células morreram e novas células nasceram. Minha mente mudou, e não sinto a animação de matar Épicos como sentia antes. Eu não sou o mesmo David. Mas, mesmo assim, eu sou”.

Quando finalizei Tormenta de Fogo, eu estava desesperada por respostas, querendo ter Calamidade pra ontem em mãos. Entretanto, depois de ver algumas reviews do pessoal que leu o livro em inglês, eu acalmei a minha ansiedade. Algumas opiniões convergiram bastante, então minha expectativa acabou diminuindo. O que foi ótimo, porque iniciei a leitura sem esperar muito dela. Eu só precisava de respostas.

Para meu alívio, assim como nos dois primeiros livros da série, Calamidade me divertiu e me fez perder o fôlego com as cenas de ação. Do início ao fim o livro apresentou os aspectos que me fizeram gostar tanto dessa história: diversão, aventura e ação, tudo isso num ritmo frenético, é claro. Mas não poderíamos esquecer que este era o último livro de uma trilogia, e que nós precisávamos de respostas. A demora para que elas chegassem começou a me preocupar.

E justamente essa é a minha principal crítica ao livro. As respostas vieram, mas aconteceu tudo tão rápido que ficou difícil assimilar o que estava acontecendo. Talvez se o livro tivesse algumas páginas a mais, tudo seria resolvido com mais calma e nós teríamos tempo para se despedir dos personagens que aprendemos a nos importar tanto. Quando terminei a leitura, fiquei com a sensação de que algo estava faltando.  Mas em vista disso, acredito que não é justo desmerecer todo um conjunto por causa do final.

Por Miguel Coimbra – Nalvoo Games

A série dos Executores me divertiu diversas vezes com seus personagens carismáticos. Já estou sentindo muita falta dos meus favoritos, David e Mizzy. Mas o que mais sentirei falta é da criatividade que esse mundo esbanja. As cidades carregadas de excentricidade, os Épicos e seus poderes – e também suas fraquezas, que sempre foi muito inusitado e divertido descobri-las.

Coração de Aço possui um dos prólogos mais espetaculares que já li, assim como o livro todo é surpreendente – não é à toa que ele é o meu favorito dos três. Tormenta de Fogo apresenta mais uma parcela do mundo, mostrando a real complexidade da situação, além de um final desolador. Já Calamidade exibe a equipe dos Executores mais madura e nos dá a oportunidade de compreender os mistérios que envolvem a transformação deste mundo.

É mais uma trama que me despeço de forma relutante, porque eu gostaria de mais histórias vividas dentro deste universo. Considerando a quantidade de livros que o autor escreve (Sanderson é praticamente uma máquina), tudo pode acontecer. Ainda tenho esperanças de que este não seja um adeus, mas sim um até logo. Portanto, não posso deixar de recomendar essa história a todos que gostam de distopia, super-heróis e tramas divertidas.


Calamidade

Título: Calamidade (Executores #3)
Autor: Brandon Sanderson
Tradução: Isadora Prospero
Editora: Aleph
Ano: 2018
Páginas: 382
Skoob | Goodreads |Amazon

SINOPSE: Os Executores se preparam para a batalha definitiva. Mas pode ser que suas armas e habilidades não sejam suficientes. Para derrotar os Épicos de uma vez por todas, David e sua equipe precisam descobrir o segredo de Calamidade, a misteriosa estrela vermelha. As respostas podem estar em Ildithia, uma bizarra e perigosa cidade de sal. Com a união e a coragem pelas quais são conhecidos, os Executores vão até lá, e contam com a ajuda de amigos poderosos para tentar pôr fim ao caos.

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One Comment

  1. Wilcky

    Excelente sua resenha, concordo plenamente.

    Não sei se sabe, mas o Sanderson escreveu um conto que se passa entre o primeiro e o segundo livro, chama-se Mitosis, é sobre aquele Épico que é citado no início de Tormenta de Fogo que tem o poder de se replicar.

    Bem legal. Apesar de curto, gostei bastante.

    Adorei o blog.

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