Lendo os livros mencionados no Dicionário de Venenos Agatha Christie

Olá abduzidos, tudo bem com vocês? Já há algum tempo eu queria me jogar nas histórias escritas por Agatha Christie. Comecei por O Assassinato no Expresso do Oriente, mas infelizmente parei por aí. Eis então que ganhei não só a motivação, mas a oportunidade de saber mais sobre os assassinatos da rainha do crime e também os métodos utilizados por ela.

❝Neste livro, examinei catorze dos venenos que a autora empregou durante a carreira literária, bem como os casos reais que podem tê-la inspirado ou sido inspirados pelo trabalho dela. É um tributo à criatividade de Christie, às suas tramas geniais e à sua atenção à precisão científica.❞

No Dicionário Agatha Christie de Venenos, temos um compilado de venenos que Agatha utilizou em suas diversas histórias, listados em ordem alfabética. Não faria sentido apenas conhecer os recursos utilizados por ela, sem ter a experiência dessas histórias, então fiz dessa também uma lista de leituras.

Minha primeira parada foi em A Testemunha Ocular do Crime, onde Agatha Christie utiliza não apenas acônito, mas também arsênico. Uma senhora viaja através de um trem, quando acaba testemunhando um assassinato através da janela. Tudo foi muito rápido e ninguém sabe que ela viu, mas quando ela decide ir até as autoridades, eles não a levam muito a sério.

É aí que ela decide a recorrer a sua fiel e sagaz amiga, Miss Marple. Sim, a famosa Miss Marple, que até pouco tempo eu não tinha conhecimento, mas agora já estou rendida e querendo muito acompanhar mais histórias estreladas por ela.

Mas onde entra a história do veneno aí? Só de saber que havia a presença do acônito, eu passei metade da história ansiosa, sabendo que viria mais assassinatos, ou tentativas à frente. E bem, o momento veio!

A Aconitum variegatum – acônito – é considerada a planta mais venenosa da Europa; foi chamada de a “Rainha-Mãe dos Venenos”.

O resultado foi exatamente como eu esperava. Depois de finalizar A Testemunha Ocular, fui conferir a parte referenciada a ele no dicionário, acônito. Também temos arsênico no dicionário, mas vinculado a outra história. Além de nos mostrar o motivo de Christie ser tão engajada no assunto, o dicionário nos apresenta informações sobre o veneno, casos reais em que ele foi utilizado — alguns até que podem ter servidos de inspiração para a autora — e analisa também a verossimilhança dentro da história.

O ponta pé inicial para essa jornada de leituras foi iniciado com sucesso. Adorei combinar a experiência de ler um livro citado pelo dicionário e depois complementá-la lendo as informações contidas nele. Vocês já leram algum livro da Rainha do Crime? Fãs (ou interessados como eu) fica a dica desse dicionário que está impecável.

Confira abaixo o vlog do canal onde falo um pouco mais sobre minha experiência! <3

Exemplar cedido em parceria com a editora.


Dicionário Agatha Christie de Venenos

Título: Dicionário Agatha Christie de Venenos
Autora: 
Kathryn Harkup
Ano: 2020
Editora: Darkside Books
Páginas: 288
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Catorze romances. Catorze venenos. Só porque é ficção não significa que foi tudo inventado.
Agatha Christie, a grande dama do romance policial, se deleitava ao usar veneno para matar as infelizes vítimas em seus romances. De fato, envenenamento foi o método mais utilizado quando era preciso eliminar alguém sem deixar pistas e, com frequência, o próprio veneno é parte central de muitas de suas obras.
O que poucos sabem é que a escolha de substâncias mortais estava longe de ser aleatória. Muitas vezes, as características de cada um dos venenos selecionados fornecem pistas cruciais para a descoberta do assassino. Se com tiros e facadas a causa da morte é óbvia, este não é o caso dos venenos. Mas como é que alguns compostos são tão letais, ainda que em quantidades tão pequenas?
O extenso conhecimento da romancista sobre química compõe a essência deste Dicionário Agatha Christie de Venenos. Durante a Primeira Guerra Mundial, a escritora atuou como enfermeira voluntária num hospital de sua cidade, Torquay, Inglaterra, e quando um novo dispensatório foi aberto na instituição, ela foi trabalhar lá. A nova função exigia treinamento adicional e exames para se qualificar como auxiliar de farmácia ou dispensária, o que Christie fez em 1917. Na época, as receitas médicas eram preparadas à mão; venenos e substâncias perigosas eram pesados e verificados com cuidado antes de ser entregues. Ao longo dos anos, a Dama do Crime montou uma biblioteca médico-legal considerável, sendo The Extra Pharmacopoeia, a obra mais completa e importante de Martindale, o livro mais consultado de sua coleção.
Kathryn Harkup, com formação na área química, investiga catorze venenos usados pelos assassinos em catorze mistérios clássicos de Agatha Christie, e analisa como certos produtos químicos interagem com o corpo e por que matam. Além disso, a autora, leitora e grande fã da obra de sua homenageada, detalha os casos que podem ter inspirado Christie e a viabilidade de obter, administrar e detectar esses venenos, tanto na época em que os romances foram escritos quanto hoje. O minucioso trabalho de Harkup inclui ainda uma incrível pesquisa com o resumo de todos os assassinatos relacionados à veneno na obra de Christie.
Como afirma a autora no texto de abertura do Dicionário Agatha Christie de Venenos, “Christie se aproveitou de seu detalhado conhecimento sobre substâncias perigosas para desenvolver as tramas. Usou venenos na maior parte dos livros, muito mais do que qualquer um de seus contemporâneos, e com alto grau de precisão, mas não esperava que o leitor tivesse perícia médica. Os sintomas e a eficácia das substâncias são descritos de modo sucinto e na linguagem cotidiana […]. Compreender a ciência por trás dos venenos que Christie usava só permite apreciar ainda mais sua inteligência e criatividade ao tecer tramas”.
Dicionário Agatha Christie de Venenos é uma obra para todos os fãs de Christie, de mistério e de true crime, mas também para aqueles que gostam de conhecer a ciência e o raciocínio lógico que se esconde por trás de grandes obras literárias. Uma verdadeira celebração do uso da ciência pela eterna Dama do Crime que nos envenenou com seu talento.

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