Salmo para um robô peregrino
Irme Dex tem uma boa vida.
Elu vagueia pelos arredores de Panga com sua bicivaca e leva conforto para as pessoas, ouvindo suas histórias e preparando um bom chá.
Mas… é só isso? Falta algo, talvez uma coisinha mínima, mas que incomoda mesmo assim.
Em um dia, quando o sentimento se intensifica, irme Dex decide cancelar todos os seus compromissos e sair em busca de respostas. O seu primeiro ímpeto é visitar um antigo e abandonado eremitério, que está escondido entre a vegetação selvagem.
De tudo que seria possível, elu só não cogitou se encontrar com um robô! Robôs são criaturas lendárias que abandonaram a civilização para viverem na natureza. Chapéu de Musgo, o robô, está muito interessado em saber não apenas o que irme Dex precisa, mas as pessoas no geral. E ele está obstinado em conseguir essa resposta.
Becky Chambers é uma das minhas autoras favoritas por um motivo. Ela sempre simplifica ou apazigua meus medos. Traz para a luz certos assuntos que quase sempre são desconfortáveis, mas ela é capaz de acolher com as palavras.
“Salmo para um robô peregrino” é minha nova utopia favorita! As coisas que acontecem nesse livro fazem tanto sentido, as pessoas realmente conseguirar parar e pensar nos seus hábitos afim de mudá-los antes que o controle se perdesse de vez. É mais ou menos assim como a gente se sente quando olha para o meio ambiente, o aquecimento global, só que no nosso caso, a máquina do dinheiro fala mais alto do que o bom senso. Sempre.
O mote da história está ligado ao ciclo, reciclagem ou transformações das coisas. É lindo perceber como tudo se conecta no final, por mais distante que pareça estar.
Eu diria que você é mais que apenas um objeto – disse Dex.
O Robô pareceu um pouco ofendido.
Eu nunca chamaria você de apenas um animal, Irme Dex. Não precisamos estar na mesma categoria para ter o mesmo valor.
E para ressaltar, irme Dex e Chapéu de Musgo formam uma dupla improvável, com as melhores conversas. Chapéu de Musgo também é meu robô favorito da ficção (ê, dona Becky!). Ele mudou a minha concepção sobre robôs e eu quero acompanhá-lo para sempre.
“Salmo para um robô peregrino” dá início a série Monge e o Robô, que terão três livros no total. Em 2022, a autora publicou sua sequência, A Prayer for the Crown-Shy. Eu nem estou ansiosa, né?
Vocês querem um livro leve e confortante? 🤖☕💖
Título: Salmo para um robô peregrino (Série Monge e o Robô #1)
Autora: Bekcy Chambers
Tradução: Fábio Fernandes
Editora: Morro Branco
Ano: 2022
Páginas: 176
Passaram-se séculos desde que os robôs de Panga ganharam senciência e largaram suas ferramentas; séculos desde que eles vagaram, em massa, para regiões selvagens, para nunca serem encontrados novamente; séculos desde que eles se tornaram mitos e lendas urbanas.
Um dia, a vida de um monge do chá é transformada pela chegada de um robô, ali para honrar a velha promessa de vir visitá-lo. O robô não pode retornar até conseguir uma resposta para sua pergunta: do que as pessoas precisam?
Mas a resposta para esta questão depende de para quem você pergunta, e como.
Eles irão precisar fazer esta pergunta muitas vezes.
A nova série de Becky Chambers pergunta: em um mundo onde as pessoas tem o que eles querem, ter mais importa?
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