Resenha | BTK Profile: Máscara da Maldade, Wenzl, Potter, Laviana e L. Kelly

Atenção! A leitura desse livro não é recomendada para leitores sensíveis. (ao menos no meu ponto de vista).

Esse nosso doido ano de 2019 está sendo um momento na minha vida de leitor em que estou saindo da zona de conforto. E dessa vez, resolvi me aventurar numa obra não ficcional sobre um serial killer.

BTK Profile – Máscara da Maldade é do selo Crime Scene, da editora Darkside Books. Nele é narrado os fatos que cercam a monstruosidade de um homem chamado  Dennis Lynn Rader, ou como ele ficou conhecido pela mídia: BTK, que significa bind, torture, kill, e numa tradução para o português: amarrar, torturar e matar. Sim, esse era o seu método para assassinar as suas vítimas. Não seria tão louco se fosse ficção, o que infelizmente não é o caso.

Rader cometeu seus primeiros assassinatos em 1974, e ao contrário do que pensamos de um serial killer, ao menos na forma como foi narrada a situação, ele foi um tanto quanto atrapalhado, mesmo tendo êxito no seu objetivo. Em alguns momentos ele não parecia estar sempre um passo a frente de sua vítima, mas mesmo cometendo vacilos, conseguia se safar, e não ser pego pela polícia.

Apesar de algumas trapalhadas, em muitos momentos eu tive que parar a leitura. Para minha cabeça é difícil assimilar o que ele fazia. Não consigo imaginar uma pessoa sentir prazer no assassinato como foi mostrado muitas vezes ao longo da narrativa. E quando falo de prazer, é sim um prazer carnal. Assim como em sua mente doentia ele sentia a necessidade de atenção. BTK se autoproclamou assim, enviando cartas para o jornal local, o Wichita Eagle, contando detalhes do que ele fazia. Ora, ora, ora. Acho que essa mente doentia sentia desejo por atenção.

Entre 1974 e 1991, Rader teve 10 casos de assassinato. Por algum tempo, a polícia pensou que não se tratava de um serial killer, pois num sentido geral, pessoas que se encaixam nesse perfil não esperam um hiato de longos anos para agir. BTK realmente é um caso peculiar, que quebrou a cabeça das autoridades, até ser pego em 2005. Isso mesmo, demorou 31 anos para ser pego. No momento, ele ainda está vivo e cumpre dez sentenças por prisão perpétua, no estado do Kansas, EUA.

O que chama a atenção é o perfil de Dennis Lynn Rader. Quem olhava para ele na rua, e até mesmo quem o conhecia jamais pensaria algo de ruim daquele homem.  Afinal de contas, quando cometeu o seu primeiro crime, era apenas um jovem adulto que ainda frequentava a faculdade e chegava em casa e tinha a sua companheira. Ao longo dos anos, foi se tornando um homem de confiança em sua comunidade: escoteiro, pai de família e presidente de uma congregação local. Quem iria imaginar, não é?

Mesmo sendo uma leitura difícil para o meu doce e puro coração (não sei se é verdade) foi uma experiência boa e ao mesmo tempo diferente na minha vidinha de leitor. Tenho outros livros aqui da categoria Crime Scene, e espero poder ler muito em breve. 

Ah, e darei o mesmo aviso que recebi no livro. Essa obra só está disponível através de um trabalho de mais de 30 anos e passou pela mão de muitos profissionais. Alguns dia logos não ocorrem necessariamente como está no livro, e precisaram ser recriados para fazer mais sentido ao leitor. E por hoje é isso. Fiquem atentos a todo momento. Nunca se sabe em que parte da vizinhança está a maldade. Às vezes ela pode estar dentro até mesmo de você.

Exemplar cedido em parceria com a editora.

BTK Profile: Máscara da Maldade

Título: BTK Profile: Máscara da Maldade
Autores: Roy Wenzlm, Tim Potter, Hurst Laviana & L. Kelly
Tradução: Eduardo Alves
Editora: Darkside Books
Ano: 2019
Páginas: 414
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Sinopse: Ao longo de três décadas, um monstro aterrorizou os moradores de Wichita, Kansas. Um assassino em série que amarrava, torturava e matava mulheres, homens e crianças, iludiu a polícia por anos a fio enquanto se vangloriava de suas terríveis façanhas para a mídia. A nação ficou chocada quando os crimes de BTK ― a sigla para os termos em inglês bind, torture, kill, que eram sua assinatura criminosa ― foram enfim associados a Dennis Rader, um vizinho amigável, marido devoto e respeitado presidente da congregação de uma igreja local.
O jornal Wichita Eagle fez a cobertura do assassino em série desde seu primeiro ataque, em janeiro de 1974. Desde então, o jornal, a polícia e o assassino desenvolveram um intricado relacionamento. Foi por meio do Eagle que BTK enviou sua primeira mensagem, em 1974. Foi para o Eagle que, alguns anos depois, o desesperado chefe de polícia de Wichita pediu ajuda para criar uma armadilha para o assassino. Foi em uma carta para o Eagle que BTK anunciou seu reaparecimento, em 2004. E foi por meio dos classificados do jornal que o chefe da investigação levou BTK a cometer um erro que resultou em sua captura, em 2005.
O Wichita Eagle transcreveu todo o julgamento e o postou na internet para que a população tivesse acesso à informação. A imagem da estranha máscara feita de plástico resistente, na qual ele pintara lábios, cílios e sobrancelhas se tornou icônica entre as evidências do caso. A cobertura abrangente e aprofundada ― que gerou mais de oitocentos artigos entre 2004 e 2006 ― rendeu prêmios jornalísticos e elogios a uma dedicada equipe compromissada com a verdade. E virou livro. BTK Profile: Máscara da Maldade é um registro contundente e não uma mera reconstituição do caso, com uma narrativa íntima e completa de um pesadelo que assolou a cidade de Wichita por décadas, contada em primeira mão pelas pessoas que estavam lá desde a chocante descoberta.
Os repórteres que cobriram o caso reuniram documentos, evidências e depoimentos da força-tarefa designada para a investigação, colocando todas as peças do horrendo quebra-cabeça em seu devido lugar. Enquanto muitos se concentraram apenas em retratar o mal, o competente time por trás deste livro optou por dedicar a mesma quantidade de tempo às pessoas que o erradicaram. As pessoas que detiveram BTK são policiais de verdade ― personagens de carne e osso que baixaram a guarda para que os leitores pudessem seguir com eles em missões de vigilância e confronto, para dentro de seus lares e corações.

Os fãs da linha Crime Scene agora têm à disposição uma obra completa e cuidadosamente escrita para estudar o caso de Dennis Rader, o BTK. Em 2005, após a sua prisão e confissão, Dennis Rader teve a sua história contada no filme Hunt for the BTK Killer, de Stephen T. Kay, e também serviu de inspiração para Stephen King no conto “Um Bom Casamento”. Mindhunter, série da Netflix produzida por Charlize Theron e David Fincher, traz o assassino em destaque em sua segunda temporada, que tem estreia confirmada para agosto deste ano.

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