Resenha (+ Sorteio) | Coraline, Neil Gaiman
Sabe o tipo de história que você lê uma única vez e nunca mais sai da sua cabeça? Coraline foi o meu primeiro contato com Neil Gaiman. Um primeiro contato estranho e um tanto bizarro, mas com certeza uma história que mexeu bastante comigo na época, digamos que uns bons cinco anos atrás. Como peguei a graphic novel emprestada de uma biblioteca, não tive oportunidade de revisitá-la mais de uma vez.
O meu próximo contato com a história foi através da adaptação, dessa vez um pouco mais recente, no ano passado, e apesar das diferenças com relação ao quadrinho, o filme foi capaz de despertar os mesmos sentimentos. Há um magnetismo natural nessa história, que nos envolve e nos assusta ao mesmo tempo.
Afinal, sobre o quê é Coraline? Tive a oportunidade de me reencontrar com essa história novamente, dessa vez na nova edição da editora Intrínseca, que traz uma versão em romance escrita por Neil Gaiman e também com as ilustrações de Chris Riddell. Uma edição muito caprichada, de babar e também assustar, é claro.
Coraline mora em um casarão antigo. Por ser muito grande, ela foi dividida em diversos apartamentos e seus moradores são um tanto excêntricos. No apartamento de baixo moram duas senhoras ex-atrizes e seus cachorrinhos, no de cima um senhor muito estranho que jura poder conversar com ratos.
Coraline é naturalmente uma exploradora. Ela adora explorar o quintal e os demais arredores da casa. O problema é quanto o chove, então ela se vê presa e entediada dentro de casa, sem poder sair para explorar. Seus pais que trabalham em casa estão o tempo todo ocupados e não têm muito tempo para ela.
Nesses dias, ela precisa lidar com a monotonia da forma que der, explorando seu pequeno apartamento. Contar portas e objetos faz parte do seu tedioso entretenimento, mas se a porta que aparentemente não dá a lugar nenhum, de repente desse a algum lugar? Aguçando sua imaginação e curiosidade, ela decide abrir uma porta que dá para o outro apartamento, só para constatar o que ela já sabia; não há nada lá além de uma parede de tijolos.
No entanto, algo mudo após esse dia. Coraline se depara mais uma vez de frente com a porta misteriosa, dessa vez aberta e com um corredor imenso à frente. Como a boa exploradora que é, ela não perde tempo. Do outro lado, ela se vê diante de uma casa muito parecida com a sua. Se depara com seus outros pais, também muito parecidos. A diferença está na palidez de suas peles e também nos botões que existem nos lugares de seus olhos.
Coraline se deslumbra à primeira vista. Do outro lado, tudo parece mais vibrante. Até mesmo seus pais estão presentes exclusivamente para entretê-la e fazê-la feliz, cozinhando coisas gostosas e brincando com ela. Porém, há algo de estranho nesse lugar e Coraline precisa descobrir o que é.
“Vocês, pessoas, têm nomes. É porque vocês não sabem quem são”.
Nesta edição, contamos com uma introdução do autor, contanto sobre o que motivou ele a criar essa história. Um dos pontos que chamou a minha atenção, foi quando ele disse que já morou em um casarão muito parecido, que também eram divididos em diversos apartamentos. Algo que também achei interessante foi ele revelando que Coraline deveria se chamar Caroline, mas um erro de digitação o fez mudar de ideia. O que eu achei incrível, já que os personagens vivem errando o nome da garotinha.
Sobre a história em si, eu continuo gostando cada vez mais. Não se enganem ao acharem que Coraline é uma história leve e fofa, pelo contrário. Ela brinca com a nossa imaginação e nos leva a um cenário de horror muito assustador. Imagino como deve ser a experiência para crianças lerem essa história, sem dúvidas uma história de assombro e aprendizado. Afinal, qual a criança que não se sente entediada e culpa os pais pela falta de atenção?
Por outro lado, Coraline também é uma personagem incrível, inspiradora e muito corajosa. Em diversas situações eu me senti muito temerosa pela personagem, que também sente muito medo, mas segue em frente mesmo assim. Não há como você conhecer essa história sem se comover com essa garotinha pra lá de corajosa.
“Porque coragem é quando você sente medo de fazer algo, mas faz mesmo assim, é quando você enfrenta o medo”.
Eu imaginei que voltar ao universo de Coraline seria especial, mas achei incrível a forma como me vi novamente envolvida em uma história que eu conheço há tempos e já consumi em mais de uma plataforma. Além do sentimento de nostalgia, também fiquei muito feliz de continuar enxergando essa história de forma especial. Com todas as suas peculiaridades, aventuras e bizarrices, Coraline é o tipo de história para assustar e entreter a todas as idades.
Confira no vídeo abaixo os detalhes da edição e também como participar do sorteio em comemoração aos 1.000 inscritos do canal. É necessário comentar no vídeo do youtube para participar. Boa sorte!
Exemplar cedido em parceria com a editora.
Título: Coraline
Autor: Neil Gaiman
Ilustração: Chris Riddell
Tradução: Bruna Beber
Editora: Intrínseca
Ano: 2020
Páginas: 224
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Sinopse: Certas portas não devem ser abertas. E Coraline descobre isso pouco tempo depois de chegar com os pais à sua nova casa, um apartamento em um casarão antigo ocupado por vizinhos excêntricos e envolto por uma névoa insistente, um mundo de estranhezas e magia, o tipo de universo que apenas Neil Gaiman pode criar. Ao abrir uma porta misteriosa na sala de casa, a menina se depara com um lugar macabro e fascinante. Ali, naquele outro mundo, seus outros pais são criaturas muito pálidas, com botões negros no lugar dos olhos, sempre dispostos a lhe dar atenção, fazer suas comidas preferidas e mostrar os brinquedos mais divertidos. Coraline enfim se sente… em casa. Mas essa sensação logo desaparece, quando ela descobre que o lugar guarda mistérios e perigos, e a menina se dá conta de que voltar para sua verdadeira casa vai ser muito mais difícil ― e assustador ― do que imaginava.
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