5 motivos para ler | Daisy Jones & The Six, Taylor Jenkins Reid

Daisy Jones & The Six me surpreendeu de diversas formas. A narrativa fluida fez com que eu devorasse o livro em menos de uma semana, mas a história também me envolveu com muita intensidade. Sabe quando você chega ao ponto de não se importar em perder algumas horinhas de sono em prol de finalizar uma leitura? Foi isso o que aconteceu. Por outro lado, a sensibilidade da história também foi algo que me surpreendeu bastante. Confesso que eu esperava algo um pouco mais estrondoso e trágico, mas a sua simplicidade me convenceu, porque tudo pareceu muito autêntico. Sem mais delongas, vou apresentar os cinco principais motivos para vocês darem uma chance a essa história.

“Deixe-me dizer isso a você. Nunca duvide de Daisy Jones”.

#1 O que aconteceu com Daisy Jones & The Six?

Daisy Jones e The Six foi uma das bandas mais populares dos anos 70. Eles dominaram as paradas dos rádios, conquistaram milhares de fãs e lotaram diversos shows. Todas as meninas queriam ser como Daisy Jones. A banda que tinha tudo para se tornar lendária, se separou de repente, após o último show da turnê Aurora, e ninguém nunca conseguiu descobrir o porquê. Trinta anos depois, uma jornalista decide retomar essa história e trabalhar com afinco para descobrir o real motivo da separação abrupta. Através de entrevistas, ela começa nos mostrando quem era quem dentro da banda, como ela foi formada e também como alcançou tanto sucesso. 

“Dizem que é difícil ficar longe da pessoa amada, mas ficar tão perto também não é fácil, não”.

#2 Narrativa

Diferente do ano passado, em que me deparei com diversos livros com a narrativa diferenciada, este tive poucas experiências do tipo. Isso mudou com Daisy Jones e The Six, o que me empolgou desde o início da leitura. Aqui temos uma história narrada num formato de entrevista, apenas através de diálogos. Nossa jornalista fictícia relata que reuniu durante oito anos, entrevistas com os membros da banda e também as pessoas que estavam envolvidas com eles na época do grande sucesso. Essas entrevistas são organizadas de forma linear, então temos a oportunidade de conhecer passo a passo como tudo aconteceu. Entretanto, o mais interessante de tudo isso é perceber um mesmo acontecimento com pontos de vistas diferentes, alguns até se contradizendo. Fica a dúvida quem é que está dizendo a verdade.

“É estranho como o silencia de uma pessoa, a insistência em afirmar que nada está acontecendo, pode ser sufocante. E pode mesmo. Sufocante é exatamente a palavra certa para definir isso. Parece que a gente não consegue nem respirar”.

#3 Músicas

Apesar de curtir, não sou a maior fã de rock, nem das músicas dos anos 70. Porém, livros com músicas no geral costumam me tocar bastante. Eu não sei se é o processo de composição, que exige muita sensibilidade e honestidade por parte dos personagens, ou o fato de acompanhar o que os motiva de verdade na hora de escrever. Além das composições, também ficamos por dentro do processo de criação de um disco, como os arranjos, a mixagem, a produção da capa. Se você também gosta de livros que contêm músicas e ser fã das bandas de rock mais antigas, com certeza irá se envolver ainda mais com essa história.

“A música consegue ir fundo, saca? É como pegar uma pá e começar a escavar o peito até encontrar alguma coisa. Naquela noite, cantando daquele jeito, eu só reafirmei minha vontade de fazer um disco com as minhas próprias músicas”.

#4 Personagens

Como já mencionado, a história é narrada através de entrevistas. Por consequência disso, temos diversos personagens envolvidos na trama, que tem a oportunidade de contar o seu ponto de vista em algum momento dela. Não só os membros da banda e do estúdio, mas também a família, amigos e críticos da indústria ganham voz. Como acompanhei o audiobook do livro em inglês enquanto realizava a leitura, acredito que essa foi a cereja do bolo para que tudo parecesse tão real. O audibook é fullcast, ou seja, para cada personagem, há um narrador diferente. A narradora de Daisy Jones, em especial, possui uma voz muito próxima da descrita. Essa experiência fez parecer que eu estava ouvindo os acontecimentos de uma banda que realmente existiu. E além disso, acompanhar os diversos pontos de vista deu para sacar melhor o conflito de egos, as opiniões divergentes e a tensão crescente entre os envolvidos com a banda.

“Nós adoramos gente linda e destruída por dentro. E não dá para ser mais claramente destruída por dentro e ter uma beleza mais clássica que a de Daisy Jones”.

#5 Sexo, drogas e rock’n roll

“Só que a vida boa nunca é boa para a vida”.

Para a imersão funcionar por completo, também acompanhamos o dia a dia dos astros do rock. Tanto no processo de criação de um disco, quanto durante a turnê. E apesar de ter uma ideia do que acontece nos bastidores, Daisy Jones e The Six vai fundo e mostra uma realidade pesada e dolorosa. Enquanto alguns travam uma luta complexa contra o vício das drogas em um ambiente extremamente comprometido, outros se deixam levar, sem pensar nas consequências. Comportamentos de alto risco andam juntos, então viver intensamente neste clima de prazeres podem provocar atitudes excessivas, como o uso das drogas e o envolvimento com pessoas próximas. Como já sabemos, tudo em excesso deixa de ser saudável, então o resultado de tudo isso pode ser devastador.

“As drogas certas são capazes de disfarçar o fato de que você não sabe se está feliz ou não. Fazem você pensar que ter companhia é a mesma coisa que ter amigos”. 

Espero que vocês apreciem a recomendação. Já leu Daisy Jones & The Six? O que achou? Até mais, abduzidos <3