Resenha | Os Olhos do Dragão, Stephen King
Em dezembro do ano passado fiz um post falando sobre o meu projeto: Em Busca da Torre Negra, no qual iria ler os 8 livros da saga A Torre Negra e mais outros livros do Stephen King que tivessem uma ligação relevante com a história. E, finalmente li a primeira obra que conta com alguma conexão: Os Olhos do Dragão.
A trama se passa em Delain, um reino muito distante (e na série A Torre Negra faz parte de um dos territórios do Mundo Médio). O seu rei é Roland, um homem que nunca almejou a coroa, e reinou tarde, a partir dos 50 anos de idade, logo após a morte de sua mãe, a antiga rainha de Delain. Como não esperava reinar, ele ainda não havia casado. Mas um rei sem esposa e herdeiros não seria visto com bons olhos pelos seus súditos. E o responsável para arrumar pretendentes ao rei é o seu conselheiro e feiticeiro Flagg (prestem atenção nesse cara, pois esse personagem vai aparecer em algum momento em A Torre Negra).
Entre todas as pretendentes, Roland escolhe Sasha, que viria a ser uma doce e carismática rainha, capaz de conquistar o coração de todas as pessoas do reino, com sua bondade e seu senso de justiça. Conforme os anos passam, ela dá ao rei dois herdeiros, o mais velho, Peter, parecido com sua mãe em todos os aspectos, e Thomas, que puxou ao pai.
Flagg, um homem capaz de manipular a tudo e a todos, não gostou do rumo que as coisas seguiam. Via na rainha Sasha e no herdeiro da coroa, Peter, rivais capazes de destruir os seus planos para o futuro de Delain. A questão é, quais planos eram esses?
“O tempo só passa depressa nas histórias, e o que é a história do mundo se não uma espécie de conto grandioso em que a passagem dos séculos substitui a passagem dos anos?”
O feiticeiro Flagg é um homem misterioso, sempre a sombra de seu capuz, que dificilmente revela sua face para as pessoas. Está em Delain desde os tempos que avô de Roland governava, mas existem suspeitas que sua aparência não revela a verdadeira idade de Flagg, e ele possa ser muito mais velho do que as pessoas imaginam. O povo o chama de Flagg, o Encapuzado, ou simplesmente de homem negro, não apenas por suas vestes, mas por suas ações. No passado de Delain, surgiram figuras parecidas com ele, mas com nomes e profissões diferentes, como um carrasco real chamado de Bill Hinch e um cantor conhecido como Browson. Ambos conspirando pelas sombras e trazendo destruição por onde passaram.
Os Olhos do Dragão foi um livro que King dedicou a sua filha Naomi quando ela era criança. E por esse motivo, vemos o autor contar a sua história no formato de fábula, e quem está acostumado com seus livros enxerga aqui uma narrativa mais enxuta e menos prolixa, o que para mim foi um ponto baixo para a história, pois com a exceção do antagonista, Flagg, os outros personagens não foram tão bem construídos. Em alguns momentos até pensei como a condução da trama era tão diferente de outras histórias que li do autor.
Enfim, gosto é algo muito subjetivo. Mesmo estando longe de ser uma das melhores obras do King, creio que seja uma leitura válida para quem quer se aventurar pelo Mundo Médio e pela Torre Negra. Espero que de algum modo acabe enriquecendo as experiências esperadas no futuro. Ótima leitura para vocês e vamos seguir o caminho em busca da Torre Negra.
Título: Os Olhos do Dragão
Autor: Stephen King
Tradução: João Guilherme Linke
Editora: Suma de Letras
Ano: 2013
Páginas: 304
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Sinopse: Em um reino distante, chamado Delain, vivem o rei Roland e seus dois filhos, Peter e Thomas. Apesar de seus esforços para não prejudicar o povo, o rei nunca obteve grandes conquistas ou feitos. Já sua esposa, a rainha Sasha, é adorada pela população, equilibrando o governo do marido com conselhos decisivos. No entanto, embora sua bondade tenha conquistado o povo, alimentou o ódio de um inimigo perigoso: Flagg, o feiticeiro do reino. Nem quando a rainha morre de forma súbita e suspeita, Flagg se dá por satisfeito. Com planos para dominar Delain, o feiticeiro está disposto a eliminar todos em seu caminho. Para começar, é preciso livrar-se do tolo Roland, depois afastar o jovem Peter e levar ao trono o pequeno Thomas – a quem Flagg tem certeza de que consegue controlar. Com a habilidade de sempre, Stephen King constrói um conto de fadas fascinante que envolve príncipes amaldiçoados e um feiticeiro demoníaco. Na batalha entre o bem e o mal, a vida de um reino repousa nas mãos de dois jovens, que terão de superar obstáculos para conquistar o direito à justiça e verão sua coragem ser duramente testada. Nesse jogo eletrizante de armações, manipulações e magia, apenas um lado sairá vencedor.
Liv
Também estranhei muito a escrita desse livro qdo li, nem parecei mesmo o Stephen King, mas eu gostei bastante, me deu um pouco de nostalgia dos livros de fábulas que eu lia quando era criança. Parecia que estava lendo Os Contos de Grimm ou As Fábulas de Esopo, só que mtoooooooooo maior né?
Mas realmente faltou um pouco de construção dos personagens, depois de se acostumar demais com as histórias do King isso ficou meio de fora.